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Especialistas no setor de ovos defendem aumentar exportações entre principais oportunidades

Ampliar as exportações de ovos e agregar valor ao produto são algumas das oportunidades mais importantes e desafiadoras da avicultura de postura no Brasil, defenderam alguns dos debatedores da 2a Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos (2a Conbrasul Ovos) que ocorreu no dia 17 de junho na serra gaúcha.

Problemas sanitários em vários países, como surtos de influenza aviária e peste suína africana, aliados a guerra comercial travada entre Estados Unidos e outros países, especialmente a China, formaram um cenário muito favorável às exportações de proteína animal brasileira, defendeu o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. “Eu não vejo um momento tão positivo para as exportações brasileiras nos últimos 12 anos. E o ovo deve aproveitar esta oportunidade, já que a proteína animal brasileira tem uma imagem muito boa no cenário internacional graças ao status sanitário diferenciado do nosso plantel”.

A economista da Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), Danielle Guimarães, apontou o mercado externo como a melhor estratégia para reduzir a vulnerabilidade da avicultura de postura às variações de mercado. “O Brasil é apenas 17o exportador mundial de ovos, o que representa menos de 1% do total exportado no mundo. Existe uma oportunidade aí que pode nos deixar mais protegidos das variações do mercado interno”, salientou.

Na mesma linha, o fundador da Granja Faria, Ricardo Faria, afirmou que o aumento de produção de ovos no país não se sustenta sem o crescimento do consumo. “Por isso o mercado externo é tão importante”. Para a Maria Luiza Pimenta, membro do Conselho Administrativo da Somai Nordeste, o produtor precisa investir em qualidade para exportar. “O pequeno produtor, o médio e o grande deveriam exportar, mas o pequeno e o médio produtor precisam chegar em um patamar de qualidade para isso e eles têm que conseguir fazer isso. O principal gargalo é interno. É a nossa consciência”.

O diretor do Grupo Mantiqueira, Guilherme Moreira, lembrou que o setor não tem investido em inovações ressaltando a falta de interesse no mercado externo. “A gente [Grupo Mantiqueira] exporta de 20 a 30 contêineres por mês. Com investimentos em exportação e marketing de ovos especiais começaram a criar demanda. Então é isso. Somos nós quem temos que gerar a demanda. O Brasil começou a ampliar nossas exportações, mas parou porque o mercado interno estava muito aquecido, o que quer dizer que exportar não é premissa, mas existe uma demanda e a gente também pode exportar agregando mais valor”.

Fonte: O Presente Rural

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