11 / 06 / 19

FMI eleva as previsões de crescimento dos Estados Unidos para os anos de 2019 e 2020

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou as previsões de crescimento de 2019 e 2020 para os Estados Unidos, alertando no entanto sobre as consequências danosas da guerra comercial sino-americana. A instituição com sede em Washington, que havia reduzido em abril suas previsões, agora calcula que o Produto Interno Bruto (PIB) americano crescerá 2,6% (+0,3 ponto) este ano e 2% (+0,1 ponto) no próximo ano.

De acordo com o Fundo, o estímulo fiscal implementado entre 2017 e 2018 ajudou a levar a um crescimento de 2,9% no ano passado mas, conforme os efeitos desse estímulo se enfraquecem, a expansão deverá voltar a gravitar em torno de 1,25%.

“Os riscos são globalmente equilibrados”, diz o FMI em seu relatório anual sobre a maior economia do mundo.

Em julho, observa, os Estados Unidos terão registrado o maior período de expansão de sua história, enquanto a taxa de desemprego permanece excepcionalmente baixa, e até sem precedentes em 50 anos.

Em uma nota menos otimista, o FMI observa que um agravamento das disputas comerciais, ou uma reversão abrupta das condições nos mercados financeiros, representam riscos significativos para a economia americana. E ressalta que a preocupação dos mercados e potencial reversão estão precisamente ligadas às incertezas comerciais.

Esses riscos podem se materializar ainda mais rapidamente, uma vez que este relatório foi preparado antes da imposição (em 1º de junho) pela China de tarifas adicionais sobre US$ 60 bilhões em produtos americanos. Desde então, o presidente americano Donald Trump também ameaçou adotar barreiras alfandegárias com o México. Ao mesmo tempo, o Fundo lamenta muitas lacunas no plano social, em matéria de educação e de saúde.

“Os benefícios deste crescimento registrado na última década não foram amplamente compartilhados”, constata o FMI. O PIB real per capita está no seu nível histórico mais alto, mas um conjunto de indicadores sociais dá uma imagem mais preocupante.

Nota, em particular, o declínio da expectativa de vida, que é bem inferior a de outros países do G7.

“A renda média das famílias americanas, ajustada pela inflação, é hoje apenas 2,2% maior que a registrada no final dos anos 1990. E isso apesar de o PIB per capita ter aumentado em 23% durante o mesmo período”, explica.

Além disso, 40% dos agregados familiares mais pobres têm um nível de riqueza líquida inferior ao de 1983, enquanto uma parte crescente da população ganha menos de metade do rendimento médio. A taxa de pobreza permanece próxima da prevalecente antes da crise financeira. Quase 45 milhões de americanos vivem na pobreza.

O FMI também aponta que enquanto uma grande parte do PIB é investida na educação em comparação com os países da OCDE, os resultados na educação são “decepcionantes”.

E salienta que os alunos do ensino médio americano obtém “sistematicamente” resultados mais baixos em matemática e leitura do que a maioria dos outros países do G7. Os Estados Unidos também têm uma alta taxa de abandono escolar na universidade, de modo que menos da metade dos jovens com entre 25 e 34 anos de idade têm um diploma de graduação. Finalmente, outra fonte de preocupação: o superendividamento significativo dos estudantes.

Entre as recomendações, o Fundo sugere a introdução da licença parental remunerada, um apoio às famílias de baixa renda para cobrir as despesas com cuidados infantis e dependentes, e o aumento do salário mínimo federal.

Fonte: France Presse

11 / 06 / 19

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