02 / 08 / 19

Em dez anos, 92% de tudo que o Mercosul exportar para UE terá tarifa zero, diz ministério

O acordo comercial entre União Europeia e Mercosul prevê que, em até dez anos, a UE zere as tarifas que incidem sobre 92% dos produtos comprados de países do Mercosul.

No mesmo período, o Mercosul vai zerar a tarifa para 72% das importações vindas de países do bloco europeu.

A informação foi dada nesta segunda-feira (1º) pelo secretário de comercio exterior da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Lucas Ferraz.

O acordo comercial entre União Europeia e Mercosul foi anunciado na semana passada, após 20 anos de negociações. Ele envolve os 28 países da UE e as quatro nações que fazem parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

Os dois blocos juntos reúnem cerca de 750 milhões de consumidores.

O acordo comercial entre União Europeia e Mercosul foi anunciado na semana passada, após 20 anos de negociações. Ele envolve os 28 países da UE e as quatro nações que fazem parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

Os dois blocos juntos reúnem cerca de 750 milhões de consumidores.

Acordo entre Mercosul e União Européia pode ter impacto no comércio gaúcho.

O acordo prevê uma série de alterações em temas tarifários e não tarifários. A expectativa do governo brasileiro é de que ele represente um aumento do PIB brasileiro de US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões.

Ainda de acordo com o governo, o aumento de investimentos no Brasil, nesse mesmo período de 15 anos, será da ordem de US$ 113 bilhões por conta do acordo comercial.

Para entrar em vigor, o acordo precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu e por todos os países que compõem a União Europeia e também pelos países do Mercosul.

Segundo Ferraz, o Mercosul estuda a possibilidade de que o acordo comece a vigorar em cada país assim que for aprovado pelo respectivo parlamento, ou seja, sem a necessidade de aguardar a aprovação pelos congressistas de todo o bloco.

O Ministério da Economia informou ainda que, no mesmo intervalo de dez anos, 72,1% dos produtos industriais importados da União Europeia terão taxa zero.

A queda da taxa vai atingir 100% dos produtos industriais fabricados no Mercosul e exportados para a União Europeia, nesse período.

“Existe uma assimetria na velocidade de desgravação tarifária. A União Europeia vai desgravar todas as tarifas de produtos industriais em dez anos, enquanto o Mercosul vai fazer isso só em 72,1% das importações da União Europeia. Vai chegar a 100% em 15 anos”, disse Ferraz.

Ganhos de R$ 500 bilhões

Segundo Ferraz, a expectativa é que em 15 anos o Brasil terá ganhos acumulados no PIB nacional de até R$ 500 bilhões. Em termos de investimentos, a previsão é que haja um volume adicional de R$ 453 bilhões em 15 anos.

“Em termos de impacto nas exportações totais e importações totais, em um intervalo de 15 anos, prevemos um ganho total na chamada corrente de comércio, que seria exportações mais importações, da ordem de R$ 1 trilhão”, disse o secretário.

Segundo Ferraz, muito além de saldo comercial, o que interessa para a economia brasileira é a corrente de comércio.

“O Mercosul vinha de um processo de desgaste, de descrédito inclusive, pelos próprios sócios. Esse acordo, a conclusão do acordo com uma economia que representa 25% do PIB mundial, coloca o Mercosul em outro patamar”, disse Ferraz.

Já com relação ao comércio agrícola, a União Europeia vai zerar 81,8% de tudo o que importar do Mercosul e, o Mercosul, fará o mesmo com 67,4% dos produtos agrícolas vindos da União Europeia. O período para chegar a esses percentuais também é de dez anos.

Além disso, o acordo prevê uma cota extra de 180 mil toneladas para exportação de frango do Mercosul para a União Europeia.

De acordo com Ferraz, esse dispositivo interessa basicamente ao Brasil, que é grande exportador de frango. Só no ano passado o país exportou 200 mil toneladas de frango para a União Europeia

A cota, porém, não será aplicada de uma vez. Ela será crescente e chegará a 180 mil toneladas ao final do quinto ano.

Para a carne bovina, o acordo prevê uma cota adicional de 99 mil toneladas. Essa cota extra vai ser taxada em 7,5% (atualmente a carne brasileira é taxada em mais de 20%).

Com a cota adicional, o Mercosul será responsável por 82,3% de toda a carne bovina comprada pela União Europeia.

O acordo prevê ainda 180 mil toneladas a mais de exportação de açúcar do Mercosul para a União Europeia com tarifa zero.

Para o etanol industrial, o acordo prevê uma cota adicional de 450 mil toneladas com tarifa zero. Para o etanol de uso geral, há uma cota adicional de 200 mil toneladas.

Um terço dessas 200 mil toneladas terá uma taxa de 1/3 da tarifa aplicada pela União Europeia a outros países.

Fonte: G1.

02 / 08 / 19

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